SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2013
QUARTA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2013
SEGUNDA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2013
O QUE SIGNIFICA O TERMO MINISTRO
Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1ª Co 4.1- ARA).
O tema “Falsos Ministros”, que vou abordar, parece polêmico no meio cristão, mas veremos que não é como pensamos, quando usamos por base, corretamente, a Bíblia Sagrada e o uso correto da mesma. A motivação que o ministro precisa ensinar aos seus liderados é sempre a do amor que, por sua vez, liberta-os para a criatividade, para a ação benéfica; que os liberta do medo que sufoca, prende e aliena; que liberta do egoísmo e que permite que a obra de Deus seja realizada sem embaraço e na medida da plenitude do Espírito Santo, na vida de cada seguidor.
[....] O termo “ministros” é a tradução do grego hupêretas. Conforme o Dicionário VINE (2003, p. 791, CPAD), significa literalmente “remador” (da fileira de baixo) (formado de hupo, “debaixo de”, e eretes, “remador”). O termo veio a denotar “qualquer subordinado que age sob a direção de outrem”; em Lc 4.20, “ministro”, quer dizer o assistente à serviço da sinagoga; em At 13.5, é dito acerca de João Marcos “cooperador”; em At 26.16, “ministro”, é dito de Paulo como servo de Cristo no Evangelho. Era a tradução de hazzan ou chazen, um assistente da sinagoga cuja responsabilidade era abrir e fechar o prédio, cuidar dos livros usados no culto, e ajudar aos sacerdotes ou mestre em tudo quanto fosse necessário [cf. CHAMPLIM, 2001, p. 287, v. 4, HAGNOS].
O Dicionário Bíblico Wycliffe (2006, p.1287, CPAD), nos informa que “No AT, a palavra comum para ministro é mesharet. Este é um particípio do verbo Sharat. A expressão pode indicar aquele que assiste uma pessoa de alto escalão, assim como no caso de Josué e Moisés (Êx 24.13, Js 1.1), Elias e Eliseu (1º Rs 19.21). Nos escritos mais recentes este termo se referia aos oficiais reais (1º Rs 10.5; 2º Cr 22.8), e até mesmo aos anjos de Deus (Sl 104.4). Entretanto, o uso mais característico estava relacionado à ministração dos sacerdotes no Templo (Dt 10.8; 17.12; 21.5; Is 61.6; Ez 44.11; Jl 1.9, 13; Ed 8.17; Ne 10.36)”.
“Há uma diferença abismal entre as palavras “ministro” e “mestre”. “Mestre” vem de uma palavra da língua latina, magister, de onde procedem, ainda, “magistério”, “magistrado”, designando alguém que era procurado por ter “algo a mais (magis)”. Era que tinha com que contribuir. “Ministro” vem de minister, procedente de minus, alguém que tem “algo de menos”, o servo, diácono, servidor, serviçal, auxiliar, ajudante.
“O termo diakonos, de onde vem diackonia, o mesmo que serviço, ministério. Essas palavras, no sentido original, estavam sempre voltadas para a idéia de serviço, de servir (Lc 10.40; 17.8; 22.27; At 6.2).
[....] A palavra “ministro”, atualmente, assumiu um outro sentido. Refere-se àquele que é líder na comunidade cristã. Diferencia do diácono própriamente dito, que, na prática é o obreiro que auxilia os dirigentes. Na realidade, nós obreiros do Senhor, devemos ter a mentalidade de diáconos, ou seja, de que não passamos de servos do Senhro a serviço de seus servos, de sua igreja. Neste sentido, nada justifica, para os obreiros do Senhor, sejam pastores, evangelistas, presbíteros, bispos ou diáconos, demonstrar altivez, orgulho, presunção ou jactância, no exercício do ministério (diakonia). Somos todos servos. Nada mais. Não importa o nosso encargo ministerial. Jesus deu o exemplo. Ele não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20.25-28) - [RENOVATO. P. 19].
“Em todas as situações a ideia é sempre a de alguém que “serve”. Em nossos dias, muitos ministros agem e vivem como alguém que foi chamado para “mandar”. Alguns esmurram púlpitos e mesas de reunião esbravejando: “aqui quem manda sou EU!”.
Se acham donos da igreja e proprietário das ovelhas. Os tais consideram os seus cooperadores como empregados à sua inteira disposição, para atender todos os seus caprichos.
Outros são verdadeiros ditadores e opressores, prontos para cortar a qualquer momento a “cabeça” (e o salário) de quem não se submete às suas “ordens” e “determinações”. São verdadeiros “terroristas” da fé.
A tribuna das igrejas onde presidem manifestam através do luxo e da ostentação o seu espírito arrogante, prepotente e orgulhos. Seu “trono” é o grande destaque, sobressaindo-se aos demais assentos. São herdeiros de uma mentalidade imperialista.
Estes precisam aprender com o servo dos servos, o ministro dos ministros:
Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lc 22.14-27).
“Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13.13-17, ARA).
O segundo termo em destaque no versículo acima é “despenseiro”. Conforme VINE, idem, p. 800), traduzido do grego oikonómos, “denotava primariamente o “administrador de uma casa ou propriedade” (formado de oikos “casa”, e nemo, “arranjar, organizar”), “mordomo”, que normalmente era um escravo ou liberto (Lc 12.42; 16.1,3,8; 1 Co 4.2).
Rienecker e Rogers (1985, p. 293, VIDA NOVA) apontam os seguintes significados: “administrador, mordomo, dirigente de uma casa, frequentemente um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas”.
Moulton (2007, p. 296, CULTURA CRISTÃ), acrescenta as seguintes possibilidades: depositário (Gl 4.2); procurador público, tesoureiro(Rm 16.23); mordomo espiritual, aquele que é encarregado de uma comissão de servir o Evangelho (1 Co 4.1; Tt 1.7; 1 Pe 4.10)”.
Mais uma vez a ideia de serviço é destacada. O mordomo não é o proprietário dos bens, dos serviços ou das pessoas que lhe são confiadas. Não é maior do que o seu Senhor. É alguém investido de autoridade, com base na soberania, graça e confiança de quem o chamou.
Como ministros, no sentido de oficiais da igreja, ser mordomo não é para quem quer, mas para quem Deus chama:
“Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus , antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre”(2ª Tm 1.9-11 - ARA).
Ministério não se compra, não se vende e nem se troca. Não é um chamado para dominar ou tirar vantagens pessoais:
“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1ª Pe 5.1-4) - ARA).
[....] Os princípios aqui expostos, se aplicam também a todos que na Igreja do Senhor foram investidos de autoridade em cargos e funções de confiança. Chamados para servir.
Está chegando a hora da grande prestação de contas. É preciso estar preparado.
Aquele que precisa se converter, que se converta. O que precisa se arrepender, que se arrependa” [GERMANO Disponível:http://www.estudosbiblicos.org/tag/licoes-biblicas/ -acesso dia 23/09/2009].
“Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1ª Tm 3.1). A palavra grega “episkopes” designa uma supervisão pastoral. Paulo não fala de um episcopado monárquico, que se desenvolve mais tarde. E quem deseja este ministério “excelente obra deseja”. Mas, quais são estes ministérios de que Paulo está falando? Dos dons ministeriais dado por Cristo: “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do ministério, para edificação do corpo de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados por qualquer doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro” (Ef 4.11-14).
No ensino doutrinário descrito pelo apóstolo Paulo, sobre os dons ministeriais, em harmonia e hierarquia, trazem grandes proveitos para casa de Deus e juntos contribuíram para edificação do corpo de Cristo. Os cincos ministérios são importantes para termos uma igreja bem edificada e para que deixemos de ser meninos inconstantes, levados por qualquer doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro. “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo” (Ef 4.15).
Ministério não é profissão e nem carreira, ministério é dom de Deus. Os ministros são escolhidos por Deus para ministrar a boa obra em favor daqueles que irão herdar a salvação.
Todo membro do corpo de Cristo tem uma função a desempenhar para o bem conjunto. Toda a responsabilidade e poder são recebidos de Cristo, que concede os dons à igreja para seu aperfeiçoamento, o que resulta não só em crescimento em número, como também em varonilidade.
“O qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28).
A responsabilidade do ministério perante aos homens: Anunciar a Cristo; Advertir contra o erro doutrinário e moral; ensinar toda a vontade de Deus (cf. Mt 28.20); Preparar todo o homem para ser apresentado perante Deus.
Pastores e mestres são dois aspectos de um só ministro e ambos têm a responsabilidade de trazer um ensino correto e perfeito para a igreja cristã. Se fôssemos ensinar matemática ou português tudo bem, mas é algo sério, a Palavra do próprio Criador. Nós não estamos portanto, tratando de um mero ensino humano.
Se cada um membro tem uma função diferente no corpo de Cristo, cabe ao mestre, com ensinamento, sua vocação, fidelidade e humildade, esmiuçar a Palavra e trazer para os nossos corações segundo a vontade de Deus. Paulo, ao escrever para a igreja em Éfeso, diz: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1).
O ensinador deve ter vocação e ensinar com humildade, mansidão e amor, sem mudar o sentido da Palavra e sem tirar proveito próprio, deve ter idoneidade no ensino. O Senhor Deus deixou Sua Palavra como bússola, para mostrar o caminho certo. Ignorá-la nos leva a um caminho de morte.
Para a igreja de Éfeso Paulo declara: “do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder” (Ef 3.7).
Ministros, segundo a Palavra de Deus, são aqueles que são escolhidos para ser embaixadores de Cristo, mediadores entre Deus e o povo, pois são ofícios daqueles que ministram as Boas Novas de salvação ao mundo sem Deus. Porém, os falsos ministros são aqueles que o Diabo usa para corromper o sentido da Palavra de Deus, para seu próprio benefício. Em nosso mundo existem “ministros” que acrescentam, outros tiram e mudam algo na Bíblia Sagrada para não contrariar as suas opiniões, como se a religião fosse algo banal, profissional e sem importância.
O verdadeiro líder deve conhecer e refutar as heresias e aberrações através da Santa Palavra, por isso, o Senhor Jesus e os apóstolos deixaram-nos ensinos de advertência e ensinamento para a igreja não ser enganada, o qual iremos trazer detalhadamente para os nossos leitores.
Pr. Elias Ribas
pr.eliasribas2013@gmail.com
FONTE DE PESQUISA
FONTE DE PESQUISA
1. BÍBLIA PENTECOSTAL. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida - Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2. BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.
3. BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida 1995. Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri - SP.
4. CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE. Dicionário Teológico. 8ª Edição. Editora CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5. Dicionário VINE 2003, p. 791, CPAD. Rio de janeiro - RJ.
O Dicionário Bíblico Wycliffe 2006, p.1287, CPAD. Rio de janeiro - RJ.
5. ELIENAI CABRAL. Lições Bíblicas - 1º trimestres de 1997. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
6. ELINALDO RENOVATO. A Defesa de um ministério Frutífero. Lições Bíblicas 3º Trimestre. Editora CPAD - Rio de Janeiro, RJ.
7. FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
14. RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
15. Rienecker e Rogers [1985, p. 293, VIDA NOVA].
15. S.E. Mc NAIR, A Bíblia explicada, 4ª edição, 1985, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
SÁBADO, 2 DE NOVEMBRO DE 2013
A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO
I. O SIGNIFICADO DO TERMO
A palavra igreja no original grego é ekklesia quer dizer “uma reunião de pessoas chamadas para fora”, ou seja, um grupo de pessoas que saíram de dentro do mundo (espiritual e não fisicamente), para seguirem a Cristo.
Os que formam a Igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, irmãos, cristãos, santos, eleitos e os do caminho que creem em Cristo Jesus como único Salvador.
Os escritores sagrados empregam esta palavra para designar uma comunidade que reconhece o Senhor Jesus Cristo como supremo legislador, e que congregam para adoração religiosa, Mt 16: 18; 18: 17; At 2: 47; 5: 11; Ef 5: 23, 25.
Todos os crentes espalhados pelo mundo formam a Igreja. Ela não está restrita a uma área geográfica e nem a um único povo da Terra. É o seu lado invisível e universal. Embora a palavra “igreja" seja empregada, em primeiro lugar, para descrever a totalidade de crentes que vivem em todo o mundo, você pode usá-la também para se referir aos cristãos de um determinado lugar, isto é, a “igreja local”.
II. JESUS, CABEÇA DA IGREJA
Cristo e a Igreja formam o Cristo total, corpo e cabeça unidos pelo Espírito Santo. Jesus não está mais presente entre os homens, de forma física, mas em cada pessoa que o recebe, em qualquer parte do mundo, Ele introduz a sua vida, para formar um corpo.
Por ter a vida em Cristo, a Igreja não é um simples ajuntamento de pessoas, uma associação ou clube. É um organismo, algo que tem existência tal como o corpo humano que é composto de muitos membros e órgãos que funcionam em prol de uma vida comum. Da mesma forma que o ser humano é um, mas, tem milhões de células vivas, assim também é a Igreja. Um só corpo, mas constituído por milhões de pessoas nascidas de novo, por intermédio do Evangelho de Jesus.
O Senhor Jesus é o Cabeça da Igreja (Ef. 5:23), que é o Seu Corpo. Esta doutrina precisa tornar-se uma realidade. Não é uma doutrina para ser apenas crida; deve também ser vivida pela Igreja. Para que isso possa ocorrer é preciso que a Igreja se disponha a ouvir o Senhor falar, não apenas quando o Senhor toma a iniciativa de dar uma orientação. A Igreja precisa também tomar a iniciativa de buscar o conselho do Senhor, pedir suas orientações, consultando o Senhor em tudo o que for importante para a realização da Obra de Deus.
Para ter hoje experiências semelhantes, a Igreja precisa entender que o Senhor Jesus deve tornar-se na prática – e não apenas em teoria - o Cabeça da Igreja. Por meio da Sua Palavra escrita temos a doutrina e as orientações gerais para a edificação da Igreja. Mas aplicações específicas da doutrina, orientações que se aplicam a uma igreja em particular com conselhos práticos para os pastores e para o cotidiano da Igreja, o Senhor nos transmite por meio dos dons ministeriais. Dessa forma, o Senhor Jesus revela Seu projeto para a edificação da Igreja.
A Palavra de Deus mostra que os membros do Corpo de Cristo devem estar unidos entre si, pois “há somente um Corpo e um Espírito” (Ef 4.4). Em sua oração sacerdotal o Senhor Jesus intercedeu junto ao Pai para que seus discípulos fossem um assim como Ele e o Pai são um (Jo 17.11). Em João capítulo 10, versículo 16, o Senhor Jesus mostra como chegaria um tempo em que haveria um só rebanho e um pastor.
Freqüentemente, as descrições da igreja no Novo Testamento mostram a relação que existe entre o Senhor e sua igreja. A igreja pertence a Deus, e é, muitas vezes, chamada “a Igreja de Deus” (veja At 20.28; 1ª Co 1.2; 10.32; Gl 1.13; 1ª Tm 3.5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja. Portanto, Paulo falou de “Igrejas de Cristo” (RM 16.16) e Jesus falou de sua própria igreja (Mt 16.18). O povo de Deus pode ser corretamente descrito como a “igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23).
III. IGREJA COMO CORPO É INDIVISÍVEL
Corpo que ultrapassa as duas barreiras: tempo e espaço. Em qualquer tempo ou espaço em que a pessoa se converte, ela passa a pertencer ao Corpo de Cristo. Ninguém pode colocá-la nem tampouco tirá-la, pois é obra unicamente de Deus. Nada pode afetar esta unidade do Corpo de Cristo. O problema do ecumenismo é tentar trazer esta união para a terra.
Nada pode afetar o Corpo de Cristo no sentido universal (1ª Co 12.12-13; Rm 6.3-5). O Senhor conhece os que Lhe pertencem.
A crítica de que as denominações dividem o Corpo de Cristo é inverídica, pois, na esfera universal, mesmo que queiram, as denominações não podem dividir o Corpo de Cristo.
O excluir no tratamento, crentes de outros grupos evangélicos, é atitude condenável
(1ª Co 11.20-26). Mas, mesmo o não reconhecimento do outro como irmão em Cristo não causa divisão na Igreja universal.
(1ª Co 11.20-26). Mas, mesmo o não reconhecimento do outro como irmão em Cristo não causa divisão na Igreja universal.
IV. EM CARÁTER DETERMINANTE NADA PODE JUSTIFICAR DIVISÃO NA IGREJA LOCAL (1ª Co 1.10-13; 3.3-9).
Aqui, quando Paulo fala em divisão, está falando de uma igreja local (Corinto). Uma igreja local pressupõe união. Na igreja local não pode haver divisão, mas mesmo neste sentido as denominações não dividem o Corpo de Cristo. Na Igreja universal cristã não deve e nem pode haver divisão. Basicamente, as denominações não causam mal ao Corpo de Cristo, tanto no aspecto espiritual como no material. A crítica às denominações vem de pessoas que não querem compromisso com ninguém. As denominações não foram originadas para brigar entre si, ou serem contra outros que pensam de outra maneira. Mesmo no caso de exclusão, não afeta a Igreja universal; simplesmente o que se faz é separar aquele que não é parte do Corpo de Cristo (“considerar gentio e publicano”).
V. A LIVRE ESCOLHA PARA SERVIR A DEUS
Só podemos justificar nossa retirada dum determinado grupo de crentes (local ou denominacional) quando o mesmo impede a enunciação e/ou prática de nossas convicções, ficando evidente que não podemos mais contribuir para a edificação deles.
Partindo do princípio bíblico de comunhão, temos que chegar ao critério de separação. O que une: a salvação e o senhorio de Cristo. Isto nos dá comunhão. Separação: 1) disciplina (temporário); 2) serviço - trabalhar juntos - o critério de serviço é não tanto de aproveitar da denominação, mas de servi-la. Não em buscar, mas me dar. Como é que posso servir à minha Igreja? Procure todas as maneiras possíveis de cooperar com a denominação, sem ferir suas convicções. Ex: Jesus foi rabino, mas isso não quer dizer que Ele concordava com eles. Ele ficou ali até eles O expulsarem. Lutero não saiu da Igreja Católica, e ele ficou ali até a igreja o expulsar.
Se a nossa denominação estiver errada, vamos contribuir para ajudá-la. O critério não é onde eu recebo mais, mas, onde eu posso contribuir mais.
VI. AS DENOMINAÇÕES EXISTEM PARA CONCENTRAR FORÇAS
2. O agrupamento dos que concordam com pontos básicos e secundários - eu não sou juiz de ninguém. Há lugar para diferentes opiniões, mas é inevitável uma separação. Não estão se separando por discordarem em pontos básicos. Há, portanto, a possibilidade de diferenças de opiniões, porém a mesma doutrina.
- Processo cíclico pelo qual toda obra de Deus passa uma ou mais vezes:
Deus chama um homem para ser fiel à Ele e começar um movimento. Temos que tomar cuidado para que este movimento não torne-se uma máquina (uma organização, apenas), pois, sendo assim, com o passar do tempo, sem a visão atual, fazendo só porque sempre se fez, torna-se então, um monumento.
Homens trabalhando sem ter a mesma visão de quem iniciou. Isso não passa de um monumento com muita atividade, não com aquela visão inicial que a Igreja primitiva começou. Sua ideia foi totalmente deturpada.
As denominações clássicas começaram por homens que deram a sua vida. É inevitável que hajam as denominações. O cuidado é para que a coisa não deturpe. Devemos preservar o que é certo, reformar o que é errado e dar algo novo.
A Igreja deve funcionar na base da unanimidade. Geralmente é a maioria absoluta (metade mais um), mas não deveria ser assim, e sim, unânimes. A disciplina se refere a pecados, a uma conduta reprovável, indigna a filhos de Deus. Não se refere a conselhos, regras humanistas e tradições, etc... A Igreja não tem autoridade quanto a isso. Este tipo de caso só trás constrangimento para Igreja.
O pastor deve zelar para que na Igreja haja um espírito que não suporte o pecado. O pecador não deveria sentir-se bem na Igreja estandoem pecado. O ambiente na Igreja deve constrangê-lo a se arrepender.
VII. A IGREJA DEVE RECONHECER OS MINISTÉRIOS QUE DEUS INSTITUIU, NOMEANDO-OS COMO TAIS
“...Ele mesmo concedeu, instituiu...” (Ef 4.11).
At 20.28; 14.23 - Deus dá os líderes, mas a Igreja tem que identificá-los. Em todas as Igrejas existem homens que Deus escolheu. Basicamente a liderança que Deus providenciou está na Igreja, mas ela ainda não descobriu. Ex: a péssima tradição de que, quem trabalha na Igreja é só o pastor. Isto mata a liderança da Igreja. Ninguém pode e deve trabalhar sozinho na Igreja. Deus tem um ministério na Igreja para você, mas não somente para você. Temos que procurar descobrir os homens que Deus já escolheu para trabalhar conosco. Em todas as Igrejas existem esses homens líderes, mas talvez estejam “abafados”.
E talvez, os que estão na liderança não são aqueles que Deus escolheu. A Igreja tem líderes e não um líder.
VIII. A IGREJA DEVE SUBMETER-SE AOS ENSINAMENTOS DOS PRESBÍTEROS COMO LÍDERES ESPIRITUAIS
O que a Igreja deve fazer para com os presbíteros:
1. Julgá-los: 1ª Co 14.29; 1ª Ts 5.21; 1ª Pe 4.11 - quando nós ouvimos um sermão, por exemplo, não devemos aceitar só porque foi dito, mas devemos questionar ver se de fato é bíblico aquele ensinamento. Não devemos “engolir” tudo passivamente. Não deve ser uma atitude crítica, mas “julgar todas as coisas e reter o que bom”.
2. Imitá-los: 1ª Co 4.16-17; 11.1; Fp 3.17; 1ª Ts 1.6; 2.14; 2ª Ts 3.7; Hb 13.7; 2ª Tm 3.10-11,14; Fp 4.9 - muitas vezes ouvimos: “Não olhe para mim, mas para Jesus”. É muito bonito, mas não é certo. Devemos ser exemplos para sermos seguidos. A nossa vida deve refletir aquilo que falamos. “Faça o que eu faço além do que eu digo”. Temos que levar o povo a fazer o que nós fazemos e não só o que falamos.
3. Acatá-los: 1ª Ts 5.12-13; 1ª Pe 1.12; Hb 13.17 - acatar o que é bom como sendo de Deus. Devemos ir à Igreja com humildade esperando ouvir a Deus através do pastor.
Os crentes não devem “engolir” tudo o que o pastor diz. mas devem fazer como os bereanos (At 17.11) fizeram. Devemos julgá-los segundo a Palavra de Deus. Temos que julgar e acatar o que é bom. Você tem a responsabilidade de conferir tudo que ouve com a Palavra. Só o que conferir for verdade deve acatar.
Pr. Elias Ribas
QUINTA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO DE 2013
CRISTOLOGIA
CRISTOLOGIA
I. DOUTRINA DE CRISTO
1. O nome Cristo.
"Cristo" é a forma grega da palavra hebraica "Messias", que literalmente significa "o ungido". Normalmente os sacerdotes, reis e os profetas eram ungidos com óleo, como símbolo da consagração divina para servir, no tempo do Velho Testamento (Êx 29:1-7; 1º Sm 10:1; 16:10-13; 1º Re 19:16). O rei era chamado "o ungido do Senhor" (1º Sm 24:10). O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o Espírito de Deus (Is 61:1; Zc 4:1-6). A unção era sinal de:
A) Designação para um oficio.
B) Estabelecimento de uma relação sagrada entre o ungido e o Senhor Deus.
C) A comunicação do Espírito Santo ao ungido.
Cristo foi designado para o seu oficio desde a eternidade, mas, historicamente, a sua unção se efetuou quando Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1:35) e quando recebeu o Espírito Santo, especialmente por ocasião do seu batismo (Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32). Isto serviu para qualificá-lo para a sua grande missão.
2. O nome Jesus.
O nome "Jesus" é a forma grega do hebraico Josué, Jehoshua, Joshua ou Jeshua (Js 1:1; Zc 3:1; Ed 2:2), O nome derivado termo hebraico "salvar", que está de acordo com o que o anjo disse em Mt 1:21: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles" (ARA). O nome Jesus significa: "O Senhor (Jeová) é salvação"; este nome foi dado a dois personagens bem conhecidos tipos de Jesus no Antigo Testamento, Um deles foi Josué, filho de Num, prefigurando Cristo como o grande General e Conquistador invencível, dando a seu povo a vitória sobre os seus inimigos e conduzindo-os à terra prometida. O outro é Josué, um sumo sacerdote no governo de Zorobabel, que tipifica o Cristo como sendo o grande Sumo Sacerdote expiando os pecados do seu povo.
3. O nome Filho de Deus.
O nome "Filho de Deus" foi variadamente aplicado no Antigo Testamento: Ao povo de Israel (Êx 4:22; Jr 31:9: Os 11:1). Ao rei prometido da casa de Davi (2º Sm 7:14; Sl 89:27); aos anjos (Jó 1:6; 2:1; 38:7); às pessoas da linhagem de Sete (Gn 6:2). No Novo Testamento vemos Jesus apropriando-se deste nome, seus discípulos e até os demônios lhe atribuíram esse nome (Mt 14:33; Mc 3:11). O nome "Filho de Deus" é aplicado a Jesus em três sentidos diferentes:
A) No Sentido Oficial Ou Messiânico. Este nome descreve mais o oficio do que a natureza de Cristo. O Messias é chamado o Filho de Deus como herdeiro e representante de Deus (Mt 3:17; 17: 5).
B) No Sentido Trinitário. Às vezes este nome "Filho de Deus" é utilizado para designar Cristo como a segunda pessoa da trindade santa (Jo 6:69; 8:16,18; 10:15,30; 14:20).
C) No Sentido Natalício. Cristo é também chamado "Filho de Deus" em virtude do seu nascimento sobrenatural. Serve para designar que a natureza humana de Cristo teve a sua origem na direta e sobrenatural operação do Espírito Santo (Mt 1:18-24; Lc 1:30-35).
4. O nome Filho do Homem.
No Antigo Testamento este nome é encontrado em Sl 8:4; Dn 7:13 e muitas vezes no livro do profeta Ezequiel. Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas. Era a maneira mais comum de Jesus tratar-se a si mesmo. Ele aplicou o nome a si mesmo em mais de quarenta ocasiões. As passagens em que ocorre este nome dividem-se em quatro classes:
A) Passagens que se referem claramente à vinda escatológica do Filho do homem (Mt 16:27-28; Mc 8:38; 13:26).
B) Passagens que falam particularmente dos sofrimentos, morte e, às vezes, da ressurreição de Jesus (Mt 12:40; 17:22-23; 20:18-19,28).
C) Passagens do Evangelho de João em que o lado celestial e a preexistência de Jesus são salientadas (Jo 1:51; 3:13-14; 6:27,53,62; 8:28).
D) Passagens nas quais Jesus considera a sua natureza humana (Mt 8:20; Mc 2:10,28; Lc 19:10; Jo 5:27).
5. O nome Senhor.
O nome "Senhor", quando aplicado a Cristo no Novo Testamento, tem três sentidos:
A) Como forma submissa e reverente de tratamento; (Mt 8:2; 20:33).
B) Como expressão de domínio e superioridade (Mt 21:3; 24:42).
C) Como expressão máxima de sua autoridade espiritual, expressando um caráter exaltado, praticamente equivalendo ao nome "Deus" (Mc 12:36-37; Lc 2:11; 3:4; At 2:36; Fp 2:11).
O título "Senhor", aplicado a Jesus, significa: “Aquele que por sua morte e ressurreição ganhou o lugar de soberania no meu coração, e a quem me sinto constrangido a adorar e servir com todas as minhas forças” .Se Jesus é o nosso Salvador, deve ser o nosso Senhor também.
II. AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO
1. A natureza humana de Cristo.
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